A necessidade da justificação através de Jesus
Neste estudo vamos entender a Necessidade da Justificação através de Jesus Cristo.
O conteúdo apresentado é um subsídio de uma das lições da Escola Bíblica Dominical.
INTRODUÇÃO
No post de hoje vamos estudar sobre a justificação pela fé, em Romanos 3.1 e 4.25 fica muito claro que somos justificados pela nossa fé, independente da nossas obras, para entendermos melhor esse conteúdo, vamos dividir como Apóstolo Paulo fez, os argumentos de Paulo dividem-se em três, são eles:
- A justificação manifestada;
- A justificação contestada;
- A justificação exemplificada.
A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para com a humanidade.
Nos próximos tópicos, vamos analisar se seremos salvos pela justificação pela fé ou pelas obras, LEIA ATÉ O FINAL.
1 – A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)
Vamos dividir esse tópico em três:
- Um culpado que é inocentado
- Um prisioneiro que é libertado
- Um inocente que é culpado
1 – Um culpado que é inocentado
Em Romanos 3.21 esta escrito – “Mas, agora, se manifestou [Cristo se manifestou], sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas.” – Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus, independente da Lei.
Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo e os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra de Deus. O vocábulo ‘manifestou‘, no grego, vem de uma raiz cujo significado é ‘tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido.”
Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande AMOR para com a humanidade pecaminosa.
A ‘Manifestação, sem lei‘, é o próprio Jesus se manifestando com grande amor ao pecador, trazendo sua salvação ao homem.
Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento. O termo ‘dikaiosyne‘, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos que mesmo em pecado o homem, Deus quis nos justificar e nos inocentar.
2 – Um prisioneiro que é libertado
Em Romanos 3.24 – “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus…” – Paulo usa o verbo grego ‘apolytroseo‘ para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem sentido de redenção, resgate ou libertação.
No contexto antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente assim que Deus fez, enviou seu Filho para se fazer maldito por nós, porque esta escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro – Galatas 3.13.
Jesus nos comprou com preço elevado, para não sermos escravos de homens.
“Fostes comprados pelo mais elevado preço; não vos torneis escravos de homens…” – I Co 7.23.
3 – Um inocente que é culpado
Se o sistema judicial foi útil para elucidar (mostrar) o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levíticos também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto – “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstra a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidas, sob a paciência de Deus” – Rm 3.25.
No antigo testamento, eles faziam todo ano expiação pelos pecados, eles sacrificavam o animal para se ‘redimir’ dos pecados e alcançar a salvação – Levítico 16, a bíblia nos mostra nesse versículo que não é mais necessário matarmos um animal para EXPIAÇÃO dos nossos pecados, pois, o Sangue de Jesus é o que nos cobre e nos limpa de todo pecado. Somos remidos pelo sangue de Jesus.
A palavra propiciação (grego – hulas-terion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no ANTIGO TESTAMENTO para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo e um animal inocente para culpa fosse expiado. Paulo mostra para os gentios e para os judeus (e para nós), que não é possível chegar a Deus por esforços próprios, mas, sim pelo sangue de Jesus que nos limpa dos pecados.
2 – JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)
Vamos dividir esse tópico em três:
- A justificação se opõe à salvação;
- A justificação se opõe ao orgulho;
- A justificação se opõe ao antinomismo.
1 – A justificação se opõe à salvação
Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao método da ‘diatribe‘, se adiantando em responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe – “Onde está, logo, a jactância? [Ele mesmo responde] – É excluída pela lei da fé…” – Rm 3.27. A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia.
No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não FAÇA, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então com orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam? Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Na palavras do ap Paulo, NÃO! é bem fácil imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação “pela fé somente” era bem difícil de digerir.
A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é – “O homem é justificado pela fé, sem as obras da lei…” – Rm 3.28.
2 – A justificação se opõe ao orgulho nacionalista
A segunda pergunta que Paulo procura responder é a seguinte: “É porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente…” – Rm 3.29.
Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do primeiro século – exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas, dos gentios também. Deus não é uma divindade nacionalista, mas, sim de toda humanidade, independente de cor, altura, largura e nacionalidade.
3 – A justificação se opõe ao antinomismo
“Anulamos, pois, a lei pela fé ? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei…” Rm 3.31. Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus legalista defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido.
Paulo estava ensinando a justificação pela fé, eles acreditavam que Paulo estava tornando as lei eram desprezíveis, porem, Paulo, responde dizendo que NÃO, ele apenas mostrava que a lei não servia de nada para levar o homem até Jesus Cristo. Tanto judeus como gentios, nenhum foram capaz de cumpri as leis, somente Jesus cumpriu todas as leis – Mateus 5:17-18.
3 – A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)
Vamos dividir esse tópico em três:
- Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8);
- Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17);
- Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25).
1 – Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8)
Na seção de Romanos 4.1-8, Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirma que Abraão já guardava a Troá, mesmo tendo vivido século antes dela. Ele a teria guardado por ‘antecipação‘, pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gn 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22).
Em outras palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da lei.
O que justificou Abraão não foi que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho – Somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós. Abraão não foi justificado por suas obras e sim pela sua fé em fazer que Deus ordenasse.
2 – Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17)
Na aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu servo uma benção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15).
A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5.6). Para Paulo, se as bençãos divinas prometidas a Abraão dependesse da obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
3 – Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25)
Na teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a fé do cristão – ambos creram em um Deus que torna possível as coisas impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já ‘amortecido‘ pelo fato de sua idade avançada, a dessa forma recompensou a sua fé.
A sua fé mesmo contra as evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressurreição de Jesus, o filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas – Rm 4.23,25.
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